Chás e Infusões – Uma revisão de conceitos

Desde pequena ouço as pessoas recomendando o uso de chá de hortelã, erva-cidreira, camomila dentre outros para “resolução” de algum desconforto físico. Assim, eu cresci confiando que qualquer erva que eu colocasse em água quente estaria preparando um “chá”.

Logo que iniciei meu trabalho em Nutrição Clínica, busquei informações a respeito da Fitoterapia e sua aplicabilidade. Só então descobri que chá e infusão são conceitos distintos.

Por convenção cultural ainda hoje grande parte da população chama infusão de chá.

Cabe então informar que o que os diferencia é o processo a que são submetidos.

O chá é uma bebida preparada através da infusão de folhas, flores e raízes de uma planta chamada Camellia sinensis, no popular conhecida como chá. Geralmente é preparada com água quente.

Todo o chá provém dessa mesma planta, a Camellia sinensis. Por isso, apenas existem seis tipos do mesmo: o branco, o verde, o preto, o vermelho, o semi-fermentado e o fumado. Cada variedade adquire um sabor definido de acordo com o processamento utilizado, que pode incluir oxidação ou fermentação.

A infusão é a preparação usada para todas as partes de plantas medicinais ricas em componentes voláteis, aromas delicados e princípios ativos que se degradam pela ação combinada da água e do calor prolongado. No caso de plantas com grande quantidade destas substâncias ou facilmente degradáveis, recomenda-se a maceração, que seria uma infusão a frio. Normalmente, trata-se de partes tenras das plantas, tais como flores, botões e folhas. As infusões são obtidas fervendo-se a água necessária, que é derramada sobre a erva já separada e picada, colocada noutro recipiente. Após a mistura, o recipiente permanece tampado por um tempo variável entre 5 a 10 minutos. O infuso, coado logo após o término do repouso, deve ser usado no mesmo dia da preparação.

As infusões são chamadas, em inglês, de Tisanes ou Herbal Teas e podem ser feitas com frescas ou secas flores, cascas de frutas, folhas ou raízes de plantas diversas e sementes. Elas não levam, em sua composição, nenhuma adição de chá (e nenhum dos seis tipos anteriormente citados). As variedades mais comuns de infusões são de camomila, erva mate, jasmim, hortelã, rosa mosqueta, hibisco, gengibre, boldo, cidreira, erva doce, carqueja, canela, anis e cascas de frutas como limão, laranja, maracujá, romã e abacaxi.

Ingredientes de infusões podem servir para aromatizar e dar sabor a diferentes tipos de chá. Para isso, usa-se a base de chá (preto, verde, etc) e mistura-se com o complemento que desejar. Aí sim, são chamados chás. Neste caso, um blend de chá. Uma mistura de diferentes sabores. Um exemplo de chá “blendado”, é a mistura de um chá preto com pedaços de baunilha ou casca de maçã ou qualquer outro ingrediente. Outro é o Genmai cha, um tradicional chá verde japonês, blendado com arroz torrado. Também chamado de chá pipoca, é muito consumido em todo o mundo.

As infusões são uma opção quando se deseja ou se recomenda evitar o consumo de cafeína dos chás e do café.

Se você aprecia conhecer novos sabores, experimente as infusões e, se tiver oportunidade experimente um Blend de chá.

Por Mônica de Castro Barbosa

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