Este tema foi proposto, entendendo que é um tema extenso, amplo no que pode promover de interpretação, exigente no sentido de que, acredito que estimule muito nossa capacidade de abstração, mas com o propósito único e exclusivo, que é: “Começarmos a validar as oportunidades e experiências de interação e contato mediúnico com os entes espirituais e com os mais diversos planos espirituais”.

Eu entendo que, muito do que foi promovido e experienciado como interação e contato com seres espirituais que já não se encontram há muito (tempo) na forma física densa, ‘materializada’, pouco foi ‘apresentado’ ou entendido como um processo de interação, uma via de mão dupla, porque o processo (de interação e contato) nunca é estabelecido de forma impositiva ou de forma ‘passiva’.

Há sempre que entender que um ‘acordo’ foi feito (e pode ser feito) objetivando uma interação, um contato com objetivo previamente definido e ‘acordado’ entre ambos (Indivíduo Encarnado e Plano Espiritual).

Então, vamos falar hoje aqui, mesmo que de forma introdutória, sobre este tema tão interessante, tão sedutor para muitos; assustador para outros, tema este que pede atenção visto que a nossa evolução consciencial nos leva a estes questionamentos, a nossa evolução enquanto espécie nos leva e nos coloca na possibilidade cada vez mais proeminente de vivenciar estes contatos, de estabelecer essas relações e, validarmos a partir daí, a importância do processo de experimentação e experienciação no plano material da existência.

Dito isto, eu só tenho um pedido a fazer: que aqueles indivíduos, aquelas pessoas que estão lendo este texto, entendam estas palavras como uma forma de pensar, uma vertente de pensamento, como existem tantas outras.

Estou longe do propósito de afirmar qualquer dado, qualquer informação, mas trago aqui um tema que pede discussão, análise e consideração.

Que as pessoas leiam e coloquem estas palavras no terreno das possibilidades. Depois, analisem com calma, sem preconceitos ou pós-conceitos.

Quando digo “Espiritualidade ou Plano Espiritual”, tenho sempre em mente que este “termo” é muito amplo e exige da gente uma compreensão diferenciada porque cada nível do plano espiritual engloba a possibilidade de expressão numa certa frequência, numa certa vibração, num determinado ‘intervalo’ de frequência. Então, existem no meu entendimento, vários níveis relacionados e possíveis de expressão e existência no plano espiritual.

Considerando ao nível de planeta, que é o que mais facilmente a gente consegue compreender, num primeiro momento, há quatro níveis espirituais[1], sendo o primeiro nível o mais denso vibracionalmente falando e o quarto nível o menos denso ou mais fluido, com uma frequência mais elevada onde se encontram várias hierarquias espirituais, dentre elas os Mestres Ascensionados, que são muitas vezes, comentados e dos quais várias pessoas já ouviram falar.

Logo, considero factível e, fundamental, que pensemos na Espiritualidade como mais do que um Plano Espiritual, com mais de uma hierarquia espiritual. Isso é fundamental. Compreender que o Plano Espiritual é amplo de níveis e subníveis e existem caracterizações (classificações) das várias hierarquias que abrange.

A questão que muitas vezes surge como dúvida é: “Há possibilidade de que qualquer indivíduo encarnado consiga se comunicar com qualquer dos níveis espirituais, na atualidade?

Entendo que ao nível planetário, em tese sim, mas o que vai definir essa possibilidade de contato é: a vibração do indivíduo encarnado, a disponibilidade interna para tal contato e a percepção e identificação de algum propósito para tanto. Isso, pensando nos níveis mais sutilizados, porque qualquer de nós pode ‘contactar’ com os planos mais densos se se colocar na mesma frequência que um ente que se encontre naquele nível vibracional espiritual.

Agora, cabe entender que a ‘possibilidade’ de expressão espiritual junto a um determinado Grupo de Luz é uma proposta de associação que se caracteriza como relações pré-marcadas, pré-estabelecidas, que serão ‘facilitadas’ caso o indivíduo valide a proposta de interação com tais entes espirituais.

Ainda com relação a esta questão da interação há sempre que perceber/pensar na possibilidade de interagir com mais de um Grupo Espiritual, pois muitos estão se associando e se aproximando por interesse e vibração e não mais por condições auto-impostas de trabalho voluntário como canalizadores de resposta e tratamento para os outros.

Estes ‘trabalhos voluntários’ até então foram usados de forma bastante enfática até que o humano atual estivesse em condições de reconhecer sua habilidade para a comunicação seja esta num plano concreto da consciência, seja no plano de interação com outras Raças e Espécies.

Se surge para você a pergunta: “Com quais níveis espirituais planetários um ente encarnado consegue se comunicar”?

Eu posso afirmar que, com todos, guardadas as devidas orientações e cuidados na interação com o Umbral e Peri-umbral, visto que os ‘indivíduos’ ali presentes não têm muita consciência do que estão a experimentar como ‘etapa encarnatória’.

Historicamente a expressão desta função, desta habilidade mediúnica, tem sido ‘vista’ ou experimentada de forma muito conflituosa pela maioria das pessoas que já apresentavam este dom em expressão.

Aqui vamos considerar várias questões, vários aspectos que estão no âmago dessa experimentação tão sofrida e muitas vezes penosa, desde a falta de orientação, a falta de acolhimento por parte da família ou de pessoas próximas, como também os nossos medos como medo do desconhecido, medo dos planos superiores da consciência, medo de não saber ou não identificar o que fazer com aquela percepção, como lidar com aquela presença, além do fato de que no Ocidente, o nosso aspecto espiritual é no geral muito desqualificado, muito mal trabalhado porque damos importância demais ao nosso Campo Mental e racionalizamos ao extremo o processo da vida. Já no Oriente isso é mais ‘trabalhado’, é mais acolhido, pensando mais especificamente no Continente Asiático.

Então, para o oriental isso faz muito mais sentido do que para o ocidental da atualidade, que é compelido a só validar o que se apresenta de forma ‘concreta’, o que pode ser provado e identificado pelo outro como ‘formatado’, como materializado.  É muito cultural e, as vertentes doutrinárias e filosóficas que apresentam e divulgam estes temas para nós ocidentais, são muito poucas e muito pouco difundidas, além de serem recentes, se considerarmos a história moderna humana.

Temos o kardecismo, a Teosofia que, através da Eubiose, traz estes conhecimentos, a Umbanda e algumas outras vertentes com menos expressão, menos evidenciação no coletivo.

Somando-se a este fato o fato de o indivíduo muitas vezes não estar atento e disposto a reconhecer e expressar esta habilidade, o contato com tais percepções, tais possibilidades, gera desconforto, gera conflito interno.

Medo também do que possa surgir de proposta de interação e de como administrar o fato de interagir com uma forma de vida não concreta, que já não se apresenta há tempos com o mesmo grau de materialidade que o humano encarnado.

Outras tantas vezes vimos e ainda vemos dificuldade na lida com tal conceito, advindo de tanta descaracterização e alteração (comprometimento) por conta dos indivíduos que, percebedores dessa interação, não souberam dar os devidos créditos a cada um que interagia numa determinada relação de contato mediúnico em consideração, em efetivação junto ao plano espiritual.

Quando me perguntam se, com relação a esta possibilidade de interação, de contato mediúnico com algum dos planos espirituais há algumas dicas, algumas observações a serem feitas, digo que, segundo o meu pensamento, há que entender que é da natureza humana, esta habilidade, esta capacidade. Ela é nata, é inerente e, por ser uma das funções que a nossa estrutura física e consciencial está habilitada a exercer, em algum momento da vida de um indivíduo, esta função pode se tornar ativa, se expressar de uma ou de variadas ‘formas’.

Sua expressão depende da evolução da espécie como um todo e, a nível individual, depende apenas do reconhecimento interno (do interno) do momento exato de se tornar novamente expressão, experimentação, evidenciação.

Cito como importante para o humano atual, observar três ‘condições’ que precisam ser ‘consideradas’:

1º – Que aquele indivíduo se permita reconhecer-se em condições de interação com mais planos da consciência;

2º – Que ele se permita evolução no sentido de interação com outras formas de consciência;

3º – Que ele saiba reconhecer o seu papel perante as associações e interações passíveis e necessárias para conhecer e reconhecer o processo da vida encarnada.

Então, há que assimilar e validar essas experiências iniciais para que seja possível avançar, evoluir na proposta de interação com o plano espiritual. Entendo que esta é a primeira etapa e necessidade básica para que se possa ‘compor’ a proposta de uma interação fluida e plena com o plano espiritual.

Já num segundo momento, há que reconhecer a importância da disponibilidade interna para compreender a dinâmica necessária de interação com outros planos da existência.

Para poder efetivar tal interação, é necessário pensar o seguinte: sem que o indivíduo esteja receptivo às orientações, ensinamentos e contatos com o plano espiritual, não há como sustentar uma vibração de harmonia que permita tal aproximação, tal contato. Nestes casos há disponibilidade do plano espiritual, mas não do indivíduo no plano material.

Há que reconhecer fundamentalmente a disposição interna, o desejo de contato e a percepção de que tal proposta se apresente com o intuito básico de que o indivíduo encarnado consiga usufruir daquele contato, daquela orientação, tudo o que for possível para lhe orientar na compreensão do processo da vida, de algum aspecto da vida que se faz necessário contactar, encaminhar, atuar de forma que o processo evolutivo seja mais fluido, se apresente a contento para aquele indivíduo.

Alinhar o pensamento e adequá-lo para possível ‘contato’ consciente com algum nível da espiritualidade a se expressar exigirá sempre alguma disponibilidade e orientação do pensamento e ação para que a afinidade se crie e, se estabeleça, pois que é tudo frequência em interação.

Logo, só pode haver contato ou relação com um ente espiritual quando da manifestação de interesse de ambos e disponibilidade interna de cada um que participe de tal interação, de tal processo.

Reforço aqui a importância de estar atento a essa ‘nova’ possibilidade de expressão mediúnica para o humano atual. Isso é importante para o momento.

E, para finalizar, lembro que não é só uma questão de frequência; é também uma questão de afinidade e referencial de trabalho.


[1] Nota da autora:

Níveis espirituais no orbe planetário: considero quatro níveis espirituais planetários, desde o mais denso até o mais sutil, englobando várias das Hierarquias.

Nível 1: Umbral.

Nível 2: Pré-umbral.

Nível 3: Plano Espiritual ‘gradação 1’: abrange anjos e arcanjos.

Nível 4: Plano Espiritual ‘gradação 2 e 3’: abrange os Mestres Ascensionados e outras categorias e Hierarquias.

Texto ‘trabalhado’ junto à Egrégora de Ananda Luz e organizado por Mônica de Castro Barbosa

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